Um novo modelo de Corretagem de Seguro para o Brasil
Estamos, a algum tempo, assistindo a um choque de interesses no setor de Seguros no qual bons seguradores estão sendo forçadas a agirem com extrema falsidade, e por que não dizer, ajudando a piorar o relacionamento comercial do nosso mercado segurador .
Escutei de um presidente de seguradora, que se um diretor dele fizesse alguma propaganda tipo “somos 100% corretor”, para ele esse diretor não trabalharia mais.....pois na visão dele a seguradora tem que ver qual o melhor caminho para vender seus produtos, seja esse caminho o Corretor de Seguros ou não. Jamais ele iria engessar sua Seguradora.
Fiquei pensando muito nesse pensamento, associado a minha visão onde tenho defendido a proposta do Preço Único por Seguradora, e confesso que cheguei a uma conclusão do que seria mais justo e melhor para o mercado como um todo, e também para o Segurado.
Sei que o que vou dizer, muitos dos meus colegas de Corretagem não vão concordar, pelo menos a princípio, mas é como vejo e sinto o nosso espaço e a responsabilidade que temos como prestadores de serviço que somos.
As Seguradoras realmente tem o direito de escolher o canal que bem desejarem, de acordo com suas estratégias, para procurar o maior volume de vendas para os seus produtos.
O Corretor de Seguros não deve ter sua obrigatoriedade determinada por Lei, pois não podemos defender um privilégio no qual somos contra quando vemos em outras atividades e acabamos condenando. Temos que ser coerentes com o que pensamos.
Devemos ter a nossa existência e responsabilidade sim, reconhecida em Lei, mas a nossa intermediação não.
O Segurado tem a liberdade de escolher se quer trabalhar através ou não de um Corretor de Seguros.
As Seguradoras, porém, que desejarem operar com a nossa Classe de Corretores de Seguros deverão nos respeitar e nos dar o mesmo preço final que dá aos demais canais de venda.
Caberá aos nossos Sindicatos e Federação o papel fundamental de fiscalizar e orientar a nossa classe caso tenha alguma seguradora que não honre o compromisso de manter a nossa equivalência comercial.
Para uma Seguradora Operar com um Corretor de Seguros, teria que assinar um termo formal com nosso Sindicato / Federação, afim de validar o início de operação.
Vejam que o nosso Sindicato teria a função de homologar o relacionamento Seguradora x Corretora de Seguros, por isso teria que ter o poder de cassação do Corretor que não acatar a essa orientação.
Dessa forma, sou a favor de deixar o Banco do Brasil (que não deveria existir como Seguradora, pois foi construído também com o nosso dinheiro) em paz, pois eles tem o seu canal próprio de distribuição no qual acreditam e os Corretores de Seguro que trabalham com eles, teriam que deixar de trabalhar sob pena de cassação de Susep.
Deixar as seguradoras que trabalham com concessionárias, operarem normalmente. Se também quiserem operar conosco, terão que manter o mesmo preço final dado a qualquer outra concessionária de seu relacionamento. (Lembro que tudo isso fiscalizado pelo nosso Sindicato).
Existem produtos que são de grande varejo, no qual na realidade não fazemos a diferença nos números finais de vendas. Para que exigirmos a nossa obrigatoriedade? Vamos deixar eles venderem !
Será que um seguro de RD, Transportes, Risco de Engenharia, ou mesmo um Automóvel, não será fundamental a nossa presença?
Aposto que muitas seguradoras somente desejarão operar através dos Corretores, pela qualidade nas vendas e custo.
Vamos retirar o véu que está transformando nossos seguradores a cada dia, em melhores mentirosos, seja por força de uma lei que obriga a nossa presença, seja por força de uma necessidade real de venda da parte deles, e ao mesmo tempo pressionados pela nossa presença!
Nós somos importantes, trabalhamos para o cliente, assumimos responsabilidades, e o principal: somos melhores vendedores ! Logo temos nosso espaço!
Ricardo Labatut
Corretor de Seguros – Santos, SP